Foto: Mauro Nascimento (Secom)
O trecho de quase 23km tem previsão de 12 meses para ficar pronto.
O governador Eduardo Leite (PSD) assina, nesta segunda-feira (17), a autorização para o início das obras na ERS-348, entre Agudo e Dona Francisca. O trecho de 22,8 km, considerado o ponto de maior destruição dentro das intervenções previstas pelo Plano Rio Grande (Funrigs) após a enchente de 2024, teve pelo menos 5 km levados pela correnteza do Rio Jacuí, incluindo aterros de 2 a 3 metros de altura.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
A cerimônia será realizada às 16h, no Palácio Piratini, com a presença do secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, do diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) Luciano Faustino, de lideranças regionais e do vice-prefeito de Agudo, Pedrinho Müller (PDT).
O trecho faz parte de um conjunto de intervenções avaliadas em R$ 169 milhões, dentro do pacote de reconstrução das regiões atingidas. Segundo o Daer, responsável pela obra, a rodovia será modificada para evitar que as águas da várzea voltem a romper a pista.
Outros lotes da 348 já estão em execução, incluindo duas pontes: uma sobre o Arroio Guarda Mor e outra sobre o Rio Soturno. A construção da nova ponte sobre o Arroio Guarda Mor, segundo o governo do Estado, já está 70% pronta. Paralelamente, também há trabalhos entre São João do Polêsine e Dona Francisca.
Trecho destruído terá nova estrutura
Em entrevista ao programa F5, da Rádio CDN, na manhã desta segunda-feira (17), o prefeito de Agudo, Luís Henrique Kittel (PL), destacou a importância do anúncio, e afirmou que a comunidade recebe a notícia com alívio.
— Depois de muito estudo e de todos os projetos que o governo precisou apresentar, finalmente vemos essa obra sair do papel. A engenharia está fazendo algo novo, porque a própria natureza mostrou onde o projeto antigo não funcionava.
Kittel relatou ainda que, desde a enchente, moradores da Quarta Colônia precisaram usar a RSC-287 ou trafegar por um desvio na RSC-348 mantido pela prefeitura. Ele classificou o início das obras como “um novo momento” para a região, já que o movimento de veículos entre Agudo e a Quarta Colônia é intenso e que o bloqueio afetou diretamente empresas, produtores rurais e trabalhadores:
— Onde havia aterro, agora será ponte seca. O Estado ouviu a comunidade, os produtores, e teve sensibilidade para rever o projeto. Quem ficar um dia observando nota como a rodovia é movimentada. Retomar a trafegabilidade adequada é fundamental para nossa região.
Segundo ele, entre as principais mudanças previstas, além da construção de pontes secas em locais onde antes havia aterros, permitindo o fluxo da água em períodos de cheia, será a construção do reforço de cabeceiras; execução de contenções e estruturas mais resistentes e revisão completa dos pontos onde o nível da água ultrapassou a rodovia. Mais detalhes devem ser divulgados após a cerimônia de assinatura.
Obras já em andamento em outros lotes da ERS-348
As intervenções na 348 estão divididas em quatro lotes: dois trechos da rodovia e duas pontes, e começaram ao longo do segundo semestre.
Recuperação da ERS-348 (Polêsine a Dona Francisca)
Obras iniciadas em setembro preveem reconstrução de 10km ao custo de R$ 33,2 milhões.
Reconstrução da ERS-348 (de Agudo a Dona Francisca)
Obra iniciará agora e levará 12 meses, incluindo construção de novas pontes secas que não existiam.
- 22,8 km de extensão
- R$ 169 milhões
Ponte do Arroio Guarda Mor
No km 32 da rodovia, em Faxinal do Soturno, avança a construção da nova ponte sobre o Arroio Guarda Mor, uma estrutura de:
- 120 metros de extensão
- 12 metros de altura
- mão dupla
- 3,42 metros mais alta que a ponte destruída
O investimento é de R$ 11,8 milhões. A previsão de conclusão é para 2026.
Ponte sobre o Rio Soturno
No km 35, também em Faxinal do Soturno, são executadas as bases da nova ponte sobre o Rio Soturno, que terá:
- 160 metros de extensão
- 12 metros de altura
- mão dupla
- 2,38 metros mais alta que a anterior
O investimento neste lote é de R$ 14,7 milhões, com previsão de entrega igualmente em 2026.